quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bem-querer

Por vezes a tristeza surge em mim. Em silêncio, senhora de si, chega, ordena à alegria que se afaste para lhe dar o lugar que reclama. Que forma toma para se apoderar assim do que lhe não pertence? E como ganhou ela caminho até mim? O que chegou aos meus olhos, o que faltou aos meus ouvidos, que pedaço de mim me falta quando a tristeza assim surge?
Por vezes é tudo, outras vezes um nada. Um olhar que não chegou, uma palavra por dizer, um silêncio que dói, um vazio a mais, uma pena que pesa e arrasta, sem motivo nem destino.
E a tristeza brota, cresce, vive e pensa que vai viver em mim.
Mas eu sou terreno de vida, não de penas, o mal em mim não tem abrigo nem caminho. Não que a vontade comande ou tenha tal poder. É apenas a natureza que é assim. Basta afastar um pouco o olhar de mim e pousá-lo à minha volta com cuidado. Para saber que a vida me quer bem. E contra esse bem-querer, o que pode uma simples tristeza?

2 comentários:

  1. Ola amiga! Espero que hojes estejas bem melhor! :-) Teclo directamente do Aeroporto no Funchal. Estou à espera de ligação para Porto Santo. Beijinhos.

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