domingo, 6 de dezembro de 2009

Gaivota ao pôr-do-sol


Fico por vezes suspensa… entre o ser e o estar, entre o sentir e o esquecer, entre o sonho e o desencanto, algures num espaço infinito, onde apenas consigo pairar, esboçar gestos, aflorar sensações, respirar apenas, esquecer ambições, como as gaivotas abrir as minhas asas e encher os meus olhos de mar e colorir o meu mundo com as cores de um pôr-do-sol de despedida.
Entre os meus voos de mar vejo em sonhos a onda maior que teima em passar e varrer o meu mundo. Lembro-me de pensar que é altura de existir apenas, sem lutar, respirar baixinho, vendo os dias passar apenas, suspensa, talvez iluda a tristeza que só nos chega quando perdemos a capacidade de sonhar e de esperar por nós.
E assim entre o ser e o não ser, entre o sentir e o esquecer, um carinho teu é o que me faz regressar à vida, pousar os pés de novo na areia, enfrentar a onda maior e salvar o meu mundo.
E estejas perto ou longe de mim, ambos sabemos bem, que isto de ser ou de haver alguém que nos faz seus, não é decisão que nos caiba a nós tomar. É tão só apenas o que nos faz regressar e acreditar que por maior que o voo seja, haverá sempre alguém com um carinho à nossa espera.

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