quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Agora

Agora que o silêncio das palavras acabadas tem a vastidão do mar em calmaria
Agora que as ondas se perdem em areais vastos e macios
Esquecidas das rochas duras que antes as desfaziam
Agora que, às escondidas da lua, as estrelas trocam brilhos
E que o azul e a luz se completam em harmonia
Poderei por fim partir de ti em paz
Sabendo que o mar apagará todos os meus traços
E que de mim não ficará em ti qualquer sinal

Fui brisa que te abraçou sem tu sentires
Fui farol, âncora, chão e mar sem que me visses
Criança, colo, ternura e amor
Fui tudo e em tudo fui tão pouco
Que te perdeste e te encontraste em mim sem o saberes

Mas agora tomo para mim o que me resta e parto de repente, sem aviso
Em busca de um novo mar que, sem medo, me acolha e me deixe apenas ser feliz

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