quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ontem

O nada das minhas palavras de ontem foi apenas a outra metade de mim...
A metade do nada que agora surge depois do dobro que foi.
Foi tempo passado à espera do início que nunca deixaste ser
Apesar do teu sentir, do tremor das tuas mãos, do teu olhar molhado...
Não entendo esse teu sentir sem viver... como não entendo viver sem sentir...
Fizeste de mim mercúrio líquido espalhado por labirintos sem fim
Cimento escuro e húmido, sem mar, sem ar... sem respirar
Quase me perdi de mim... perdida por ti!
Quis apenas dar-me, sem encontrar medo em ti de me receberes
É por mim que o fiz, não por ti
Apenas porque é o meu modo de ser e de estar
Intensamente em tudo o que sou, porque só assim sou eu.
Porque não te perdes por mim, se sem mim te sinto sempre perdido?
Que vôo falhado é esse que não te deixa alcançar mais longe?
Porque te queres sempre conter... e me queres conter a mim?
Acaso alguém consegue conter o mar?
Apenas a lua, mas repara, dela nós só temos o luar.
Queria para sempre ser uma daquelas pequenas coisas que te fazem feliz ...
Dizer no fim, ainda com ternura, “acabou”…
E sair de mansinho… sem ruído
Do mesmo modo como cheguei…

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