terça-feira, 23 de junho de 2009

Viver diferente

Por vezes vem a vontade de fazer tábua rasa de todos os meus amores! Esquecer os passados, ignorar os presentes e fazer já hoje passado dos que chegarão no futuro.
Trocar a ordem, o sítio, o esperado das coisas. Mudar de pele, de mar e de lugar. Trocar de eu. Viver diferente. Esperar menos.
Da onda sempre quis o mar. O todo. Cada onda vem, passa e dá lugar a outra. Mas cada uma é única. Forte ou suave, passa, não é nossa. Não fica em nós. Não nos pertence. Dela fica-nos a surpresa, a emoção, a vida que nela sentimos, um rasgo de felicidade, o sabor a sal e o cheiro a maresia. É única... mas não eterna. E assim, por mais pequena que seja, tem sempre o todo nela.
Assim são os amores. Uns, suaves, passam e deixam em nós a lembrança da doçura. Outros sacodem-nos, tomam-nos, levam-nos de nós, exigem. Melhores ou piores, são nossos, lembrados ou esquecidos... mas únicos.
O amor é igual ao mar. E o mar é tudo. E como o mar, anseia e procura a enseada que o acolha, aceite as suas marés, desfrute da sua força, sabendo que as suas ondas irão transformar o seu rosto, com sorrisos ou lágrimas, mas que tudo isso significa vida.
Do amor eu quero apenas o que quero do mar. Que me surpreenda, me envolva, me deixe temer para aprender a confiar, me deixe mergulhar até não mais poder respirar, me deixe brincar e rir... me faça sentir única e especial, uma onda ou uma maré, que passe por mim e me deixe com a pele molhada, com espuma, salgada... de mar e paixão.

Sem comentários:

Enviar um comentário