quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Como eu gostava de ser gato por um dia

Como eu gostava de ser gato por um dia
Ou uma vida, das sete que os gatos têm
Sair em busca do sol, escolher uma pedra, numa escada um degrau de subir ou de descer
Com algumas ervas perfumadas pelos cantos
Numa escada com muitos degraus do céu à terra junto à relva
Escolher o mais liso e o mais quente
Com muito sol
Liso e amarelo de calor
Andar de cá para lá e de lá para cá, cheirá-lo e percorrê-lo todo por inteiro
Devagar, languidamente, sem pressa de chegar ou de escolher
E só então instalar-me lentamente
E ainda espreguiçar-me, esticar uma pata, garra a garra com cuidado

Sentir todo o meu corpo devagar, como se o tempo me esperasse
E todo o tempo do mundo fosse meu
Sentir a brisa no meu corpo, também ela apenas minha
Fechar os olhos, sentir o sol
Dormitar atenta, sem pressa de acordar
Sentindo o mundo inteiro no espaço daquele degrau
Com muito sol
Liso e amarelo de calor
Pudera eu ser uma bola de pêlo felina, abandonada ao sol no conforto de um degrau
Feliz no prazer de nada fazer e só sentir
E de garras recolhidas na vida

4 comentários:

  1. Eu também não me importava de ser um gato!
    Adoro gatos... a elegância, a personalidade... fantástico!

    Olha, mudei-me para aqui:

    http://a-place-like-home.blogspot.com/

    Beijo*

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  2. Podes não ser gato... mas é gata! E um dia quando menos esperares... lanças essas garras num naco que valha bem a pena!

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  3. Swadharma:
    Alguém disse um dia que as pessoas gostam de gatos para terem por um instante a ilusão de que podem acariciar um tigre... mas gatos ou tigres... os felinos são únicos!

    Vou já visitar a tua nova casa... ainda bem que voltaste, fazias falta por cá!

    Cbig: ...never mind!

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